Cosméticos Cruelty-free vs. Vegan-friendly: Haverá Diferenças?

De todos os cosméticos cruelty-free, serão todos vegan-friendly?

Cosméticos Cruelty-free vs. Vegan-friendly: Haverá Diferenças?

Vamos começar o texto a reflectir nesta pergunta.


Para os mais atentos ao meu instagram, na passada quarta-feira, publiquei uma frase e questionei-vos se achavam que esta pergunta era mito ou realidade. Isto porquê? Porque vejo algumas pessoas a confundirem estes dois conceitos e, tendo em conta esse aspecto, achei melhor vir aqui explicar um bocadinho cada um dos conceitos.

Vamos lá?


Cruelty-free

Certamente, já devem ter reparado no símbolo do pequeno coelho na embalagem dos vossos produtos cosméticos. Esse símbolo quer dizer que o cosmético não foi testado em animais. No entanto, não é só os produtos com este símbolo que não foram testados em animais.

Cosméticos Cruelty-free vs. Vegan-friendly: Haverá Diferenças?

Desde Março de 2013, como prescrito no Regulamento de 2009, a lei europeia proíbe a comercialização tanto de produtos acabados que foram testados em animais, como de produtos que contenham ingredientes testados em animais, o que significa que qualquer cosmético que compremos hoje (na Europa) pode ser denominado cruelty-free.

A título de curiosidade, já desde 2004 que a experimentação animai nos produtos acabados ficou proibida em todo o solo europeu - uma proibição que passou também a abranger, em 2009, os diferentes ingredientes, com uma ou outra excepção para certos testes relativos à segurança dos produtos cosméticos, para os quais não existiam ainda alternativas válidas, e que tornaram necessária a prorrogação até 2013.

Todavia, para os fabricantes era ainda possível efectuar ensaios em países fora da Europa e utilizar os ingredientes para confeccionar produtos vendidos no mercado comunitário.

Noutras zonas do planeta, os legisladores comportaram-se de forma diferente:

Nos Estados Unidos da América, a experimentação animal não é proibida, nem obrigatória - razão pela qual as empresas optam por realizar testes em animais por considerarem que estes proporcionam resultados mais fiáveis.

No Japão, em contrapartida, os testes em animais são obrigatórios para os produtos que contêm novos corantes, filtros solares ou novas moléculas conservantes.

Na China, apenas em 2014 foi aprovada uma lei para limitar a obrigação de efectuar testes em animais para os cosméticos.

De 2013 em diante, com a introdução de marketing ban (proibição de comercialização), a União Europeia alargou a proibição de experimentação à venda de todos os cosméticos testados em animais produzidos fora do solo europeu. Este é um dos motivos pelos quais, por exemplo, alguns produtos de grandes marcas internacionais à venda nos Estados Unidos, Japão ou China, não são encontrados aqui na Europa e vice-versa.

Resumindo, podemos concluir, com toda a certeza, de que, nos dias de hoje, o mercado europeu é, em absoluto, o mais cruelty-free de todos.

Vegan-friendly

Este conceito diz respeito ao tipo de ingredientes que os cosméticos têm, ou seja, se na sua composição vemos algum ingrediente de origem animal, como a cera de abelha (frequentemente encontrada em cremes nutritivos de mãos ou sticks labiais), por exemplo, ou a lanolina, proveniente da ovelha. 

Cosméticos Cruelty-free vs. Vegan-friendly: Haverá Diferenças?

Pela razão descrita acima, dizemos que qualquer cosmético que não possua ingredientes de origem animal é vegan-friendly. Pessoas com um estilo de vida vegan (sim, estilo de vida. Não é apenas a alimentação) procuram este tipo de cosméticos, o que faz sentido.

No entanto, e tal como já referi, existem muitas pessoas a acreditar que uma coisa implica a outra, mas não! Um cosmético pode ser cruelty-free e não ser vegan-friendly porque, como já foi explicado, tem ingredientes de origem animal na sua composição.

Da mesma forma, uma marca pode ter produtos vegan-friendly e outros não. É perfeitamente normal isto acontecer. Há certos ingredientes que não conseguem ser facilmente substituídos por outros e que consigam exercer a mesma função no produto. 

Em suma:

A afirmação que coloquei na publicação de quarta-feira é um MITO. E acho que agora vocês conseguem perceber o porquê, se bem que algumas pessoas responderam correctamente ao desafio que coloquei!

E vocês? Já conheciam estes conceitos sobre os produtos cosméticos?

4 comentários:

  1. Obrigada Ricardo por um excelente post!
    Há que desmistificar esses conceitos, que muitaaaa gente confunde!!
    Falo por mim, eu procuro mais depressa produtos cruelty free do que propriamente vegan friendly, porque à partida, os que são cruelty free, não têm ingredientes animais (em principio!!) mas claro existe sempre exceções. Por exemplo, a marca Babaria é cruelty free, mas tem produtos que usa baba de caracol, cera de abelha e até veneno de serpente!! Obviamente, eu não uso esses produtos. Mas estou sempre atenta a lista de ingredientes.
    Beijinhos*
    Miss alebana

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    1. Eu sou sincero: não me preocupo tanto se os ingredientes são de origem animal ou não, mas sim, preocupo-me em procurar ingredientes que sei que têm acção comprovada e a concentração em que aparecem. Há ingredientes que têm acções bastante interessantes a determinada concentração, mas encontram-se em concentrações diminutas, o que pode induzir o consumidor em erro. Aliás, aqui no blogue já falei de dois exemplos de ingredientes - óleo de argão e a vitamina E. Facilmente o irás encontrar por aqui :)

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  2. E saber distinguir estes conceitos é fundamental!

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    1. Sim. Quis escrever este texto precisamente por isso: desmistificar, de uma vez por todas, e esclarecer claro está, estes dois conceitos que ainda há algumas pessoas que os confundem e há pessoas fundamentalistas que incentivam a esta confusão.

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