Como Controlar Os Vossos Produtos Cosméticos?

Toda a gente tem produtos cosméticos em casa e sabe como os devem "controlar".

Mas será que sabem mesmo?

Será que sabem o que têm de ter em conta? O texto de hoje é uma pequena explicação de como devem "tratar" os vossos cuidados cosméticos e como os organizar, bem como controlar prazos de validade e prazos após abertura de um produto.

Assim como qualquer outro produto - alimentício, por exemplo - um produto cosmético tem um prazo de validade. Prazo esse que, uma vez ultrapassado, não é recomendável continuar a utilizar o produto em questão.

Convido-vos a fazer o seguinte:

Olhem para os vossos produtos. Vão ver uma data na embalagem (com o mês e o ano) com um símbolo de uma ampulheta ao lado (por vezes). Vamos considerar Junho de 2020. Isto quer dizer que até ao dia 30 de Junho de 2020 poderão utilizar o produto. A partir dessa data, não é recomendável utiliza-lo.

Este é o exemplo mais simples. No entanto, juntamente com a data impressa na cartonagem, ou na embalagem em si, temos um frasco com um número lá dentro - 3M, 6M, 12M, 36M, por exemplo. E o que é que isto quer dizer? Quer dizer que o produto, depois de aberto, tem um prazo de validade de três, seis, doze meses, trinta e seis ou outro qualquer, dependendo do número que se encontra antes da letra M.

Findo esse prazo, o que devemos fazer?

Rejeitar o produto. Deitar fora. Por mais que nos custe. Eu costumo dizer na brincadeira que deitar fora cosméticos é um crime, mas, nestes casos, é preferível rejeita-los a que os mesmos provoquem algum tipo de reacção cutânea. E acreditem: podem provocar reacções alérgicas cutâneas bem aborrecidas que só mesmo com tratamento oral é que conseguem resolver.

Mas eu quero utilizar os produtos com o prazo de validade expirado. O que é que me pode acontecer?

Os produtos não estarão no seu melhor estado e, como tal, podem levar a que a pele reaja negativamente aos mesmos e desenvolva reacções de intolerância ou até mesmo alergia cutânea - e aqui, "é pior a emenda que o soneto".

Os protectores solares têm 12M na embalagem. Posso utiliza-los no ano seguinte, caso sobre?

Primeiro, posso assegurar-vos que o factor de protecção solar não vai ser o indicado na embalagem, ou seja, se compraram um FPS50+, no ano seguinte, o FPS não vai ser esse, mas sim um menor.

Depois, temos que ver o cheiro e o aspecto do produto - se tem o cheiro original, se não apresenta separação de fases líquida e sólida, se mantém a mesma cor. Se tudo continuar como quando o compraram e se querem ter a certeza de que não vos vai provocar algum tipo de reacção, há um pequeno teste rápido que podem fazer.

Eu costumo colocar os produtos no frigorífico para durarem mais tempo: está correcto?

Não! Nunca devem fazer isso, a menos que o produto em si tenha essa indicação. Os produtos foram formulados para estarem conservados à temperatura ambiente e não dentro de um frigorífico. Não coloquem os produtos no frio. O produto pode ficar "desintegrado" - ou seja, com a fase líquida separada da sólida - e não vos vai trazer vantagens! Não recorram a esta prática para aumentarem o prazo de validade dos vossos produtos, pois não resulta.

O produto que tenho na mão tem escrito na embalagem 6M. Eu abri-o há 4 meses, mas não o usei entretanto. Quero voltar a usar. Como posso ver se se encontra em bom estado?

Tal como já referi acima, há um pequeno teste rápido que podem fazer para perceber se o produto em questão, mesmo já estando aberto há alguns meses, se encontra em bom estado - isto para além de observarem a cor, cheiro, textura e aspecto.

E que teste é esse?

É um teste simples! Basta colocar uma pequena porção do produto na apófise mastóide (osso por detrás da vossa orelha) e esperar cinco minutos, aproximadamente. Se não tiverem qualquer tipo de prurido, vermelhidão ou desenvolvimento de algum rash cutâneo (urticária), então o produto ainda se encontra em boas condições. Caso contrário, rejeitem-no. É o meu conselho nessa situação.

E para vos comprovar que ter cuidado e verificar periodicamente os prazos dos nossos cosméticos, convidei a Adriana Simões para dar o seu testemunho, uma vez que a Adriana já teve uma situação aborrecida por estar a utilizar cosméticos fora do prazo de validade.

Desde o início do ano que a minha pele já não andava no seu estado "normal". Nós convivemos com a nossa pele 100% do tempo, portanto, conhecêmo-la bem e sabemos perfeitamente quando existem alterações. Eu sentia a minha pele mudada, com menos vida, menos luminosidade, uma textura diferente - mais porosa - e algumas zonas mais secas, mas as coisas não se ficaram por "impressões". Havia um motivo para isso: maquilhagem com prazo de validade expirado!

O primeiro alarme deu-se na passagem de ano quando me maquilhei mais "a sério" e os olhos não aguentaram - lacrimejaram e "arderam" a noite toda, ao ponto de chegar a casa e já não ter maquilhagem na zona da olheira, de tão molhado que estava o local e de tanto o esfregar.

Semanas depois, comecei a sentir uma leve comichão por baixo da sobrancelha. Não tardaram muitos dias e a comichão "desceu" e acometeu-me as pálpebras. Quando dei por mim, já tinha alguma comichão pelo rosto, mas a Primavera estava a caminho e achei que fosse das minhas alergias que teimam sempre em aparecer por volta de Fevereiro e só me abandonam lá para Julho - quando abandonam - pelo que não dei grande importância.

Sentia algum desconforto ao desmaquilhar. Sentia desconforto depois de desmaquilhar. Sentia um ligeiro ardor ao fazer a rotina de pele, mas... "o que arde, cura", não foi o que nos ensinaram? E eu achei que fosse normal, dado ter uma pele sensível.

Até que chegou o dia - depois de vários meses neste dilema - em que me apanhou a boca. Pensei logo "HERPES!" e desesperei, mas, com o passar dos dias, sem medicar, não houve evolução pelo que percebi não ser o caso.

Continuei a utilizar a minha maquilhagem normalmente... e a pele só piorava. Mas como sempre tive cuidado com este assunto da qualidade dos produtos e da validade, "deixei-me andar". Até ao sábado passado, 28 de Março, quando senti a minha cara arder por completo, muito calor na face e certas zonas a queimar enquanto davam comichão. De tal forma... que eu queria arrancar a pele.

Fui remover a maquilhagem...

Só que desta vez a aflição que passava quase no imediato... não passou. O alívio não chegou e dei por mim a revirar a caixa de medicamentos cá de casa à procura de um anti-histamínico.

O meu rosto estava vermelho, parecia que tinha apanhado um escaldão e essas mesmas zonas que referi acima... completamente queimadas.

Foi quando fui arrumar toda a maquilhagem que tinha usado e, ao virar a embalagem de um dos produtos, percebi que estava fora da validade. E isto aconteceu com mais dois ou três. E com mais uns quantos arrumados nas gavetas, sem uso há bastante tempo. Tudo para o lixo!

Desde então... zero maquilhagem! Beber muita água, manter as rotinas de limpeza suaves e hidratar muito bem o rosto. Várias vezes ao dia.

Posso-vos dizer que, em 4 dias, a minha pele está outra, mas o trauma... confesso que ficou.

Ganhei agora um novo problema: o medo de colocar cosméticos no rosto por não saber se daqui em diante a pele os voltará a tolerar!

Espero que este testemunho tenha sido uma chamada de atenção e um alerta a todos vocês. Que depois deste texto, vão às vossas gavetas e aos produtos que utilizam e confirmem se os mesmos se encontram dentro do prazo de validade ou dentro do prazo após abertura. Utilizar produtos fora do prazo de validade podem trazer bastantes problemas à nossa pele e o que aconteceu à Adriana é apenas um exemplo.

E aí? Costumam ter em atenção os prazos de validade e prazos após abertura? Como?