Pessoal | Como Aceitar O Nosso Eu? Existem Regras?

O título pode parecer uma coisa muito complicada, mas não. Hoje é sobre algo mais pessoal.

Pessoal

Uma das temáticas que me têm pedido para abordar mais no blogue é esta mais pessoal: dar a conhecer a minha opinião sobre determinadas temáticas.

Tendo em conta isso, decidi falar-vos de amor-próprio e a aceitação do nosso "Eu". E dar-vos a conhecer um bocadinho mais de mim.

Espero não ser maçador com este texto. Espero que continuem a ler e que continuem a acompanhar-me! 


Quem me conhece, sabe que há uns anos atrás - em 2015 - e tal como já falei aqui no blogue, decidi perder peso, depois de muitas passagens de ano em que uma das minhas resoluções era mesmo essa - perder peso. E quando eu conto a minha história, a pergunta que mais me fazem é esta:

"Porque é que decidiste perder peso?"

Para alguns, aquilo que vou dizer pode ser polémico, ou podem não compreender. Para quem quer ou está numa fase de perda de peso, isto irá, deduzo eu, fazer sentido.

A resposta mais simples e directa a esta pergunta é: "Porque eu quis mudar." Quis ter um peso mais baixo, quis ter uma figura mais elegante (quem me pode censurar?), quis melhorar a minha saúde, pois sabia que continuando com excesso de peso, mais cedo ou mais tarde, eu iria ter problemas de saúde devido a esse excesso.

Também vos posso dizer que foi por uma questão de vaidade (que comece o "ataque"). Queria perder peso para ter uma figura mais esguia, poder vestir toda e qualquer peça de roupa que me apetece - antigamente, eu não podia pensar assim, pois algumas peças de roupa ou não existiam no meu número ou ficavam-me mal.

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Dou-vos um exemplo: eu nunca, em 28 anos, tinha comprado umas calças brancas, porque achava que iria parecer o boneco Michelin ou um chouriço embalsamado. As cores brancas, em pessoas mais robustas (gordas, vá) dão a ideia de maior volume e "maior exposição" e eu não gostava disso. Não "queria" isso para mim.

Perdi peso e em 2017, no dia do meu 30º aniversário, decidi investir numas calças de ganga brancas. Gostei de me ver (e ainda gosto), mas estive um mês sem as vestir, pois (isto soa a fútil, eu sei) não sabia como as combinar e criar um coordenado decente e de encontro ao meu gosto pessoal. Não estava habituado. Era algo que eu não conseguia "encaixar" com a minha pessoa.

Mas não é de roupa que vos venho falar. Não. Eu não gostava verdadeiramente da minha figura. Nem gostava dos problemas de saúde que o meu excesso de peso iria acarretar. Embora muitas pessoas defendam a ideia de que devemos gostar de nós mesmos - que eu também defendo - os mesmos defendem que no matter how you are, temos que gostar de nós. 

E é aqui que eu não concordo inteiramente com esta frase.


Foi com base nessa discordância que, num jantar entre amigos, e tendo em conta o tema da conversa - exercício físico - decidi contactar o meu actual PT - Sandro Silva - e combinar um sessão de treino para fazer uma avaliação e, a partir daí, falarmos em sessões de treino personalizado e falar de objectivos dessa minha decisão. 

E porque é que eu fiz isto? Mais uma vez, não gostava da minha figura e quis mudar. E agora vocês perguntam "Porque não mais cedo?". Simples, tinha outras coisas na minha vida que considerava mais prioritárias que a minha própria pessoa - entrar na Faculdade, completar o meu curso, arranjar emprego, conseguir alguma estabilidade.

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E acho que foi quando consegui completar estes passos que pensei na minha estabilidade pessoal (vamos chamar assim). Foi aí que comecei a pensar, e com o aproximar dos meus 30 na altura, que deveria ser mais egoísta. Deveria pensar em mim primeiro e só depois nas outras coisas. Porquê? Porque "Eu" estou acima de toda e qualquer coisa. Nada é mais prioritário do que eu. Do que o meu "Eu".

E isto deveria ser lema a seguir para todas as pessoas!


Assim, e tal como já tenho ouvido e lido alguns criadores de conteúdo, se uma pessoa não se sente bem com alguma coisa, e se tem estabilidade emocional e possibilidades financeiras para investir, de forma a remover aquilo que lhe deixa desconfortável, porque não fazer isso mesmo? Porque não "eliminar o problema"?

Eu acredito nisto. Se uma pessoa se sentir bem com ela própria, e não quiser mudar, tudo bem. Nem toda a gente é igual ou pensa da mesma forma. Se eu me sentisse bem com excesso de peso, independentemente dos problemas que me poderiam surgir no futuro, eu não iria perder de peso porque as pessoas me diziam que isso ia fazer-me bem.

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No entanto, se uma pessoa quer mudar, e tem possibilidades para mudar, porque não? Porque não olhar para ela própria e considerar-se prioritária? Porque não mimar-se e ser egoísta? Porque é que a opinião dos outros é mais importante que a nossa? Não é, nem nunca o deveria ser.

Devemos mudar e fazer as coisas porque NÓS queremos. Não porque alguém nos impõe algo (a menos que seja uma exigência contratual na vossa profissão - modelos profissionais e actores que precisam de andar em "constante mudança").

Tal como puderam já constatar, eu não concordo com a imposição de "modelos". Não defendo que toda a gente deve ser magra ou gorda, loira ou morena, gótico ou navy style. Uma pessoa deve ser o que quer ser. Deve ser aquilo que gosta de ser. Deve ser da forma como se sente melhor. Se isso implicar andar vestido de preto da cabeça aos pés e cantar ópera, opah, que seja. Desde que seja feliz, who the fuck cares?!

Não podem existir regras a seguir. Não podem existir imposições (naturais, entenda-se). Há que ser nós próprios e gostarmos de nós como somos mas, acima de tudo, nos sentirmos bem connosco mesmos! Isso, sim, é o mais importante!

E vocês? Sentem-se bem convosco mesmos a nível pessoal?

8 comentários:

  1. És uma inspiração! Amor próprio é algo que me falta há algum tempo, quero mudar muitos hábitos e o de começar a praticar desporto é um dos meus objetivos mas falta sempre algo, falta motivação, falta força de vontade, falta pensamentos positivos da parte de uma pessoa que me é muito próxima e isso desmotiva completamente. Este texto e estas tuas palavras deverias ser lidas todos os dias. Não tem mal nenhum ser uma questão de vaidade, é bom até porque devemos ser vaidosos. Devemos sentir-nos bem e bonitos e isso não tem mal nenhum, muito pelo contrário. Continua a encher-nos de palavras maravilhosas como estas! Beijinhos*

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    1. Acho que, acima de tudo, é uma questão de fazermos o que nos faz sentir bem. Se é par melhorar e aumentar a nossa auto-estima, why not? Muito obrigado pelo comentário e pelas palavras. Agora fiquei "sem graça" :D

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  2. Sinto bem comigi mesma quase sempre, mas estou de dieta desde que comecei a sentir-me mais cansada e sem energia!

    Só consegue perder peso quem muda a forma de pensar e assume essa mudança, caso contrário é só mais uma dieta ioiô...

    És um exepmex nessa matéria!

    Parabéns
    V.

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    1. Muito obrigado V. pelo comentário ;) Sim, é um processo de reeducação alimentar e de "mentalidade". Uma pessoa tem que estar focada para conseguir mudar e ver resultados! Beijinho.

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  3. Também defendo que nos devemos aceitar como somos. No entanto, se é nossa vontade mudar, porque nos queremos sentir ainda melhor dentro do nosso corpo, então, devemos investir nisso mesmo. E não acho que isso seja uma contrariedade de princípios. Sinto, pelo contrário, que é uma forma de valorização pessoal; é a demonstração clara de que nos priorizamos!

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    1. No meu caso, demorei bastante até me considerar uma prioridade para mim mesmo. Aquilo que digo é verdade: com a aproximação dos meus trintas comecei a tornar-me mais egoísta e colocar-me acima de qualquer coisa. O mais importante deveria ser o nosso amor-próprio e nós mesmos. Não os outros!

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  4. Ahahaha sabes que tenho sempre de criar algum suspense :P já me devias conhecer ahah
    Obrigado, Ricardo :D

    Esta questão mexe muito comigo, e tu sabes. O aceitamento pessoal é, acima de tudo, a melhor forma de estarmos de bem connosco, seja a nível físico ou a nível psicológico... tendo em consideração que uma coisa leva a outra!
    Todos nós, a qualquer altura da nossa vida, precisamos desse click e dessa posterior mudança, porque só assim faz sentido :D O importante é que estejamos predispostos a isso :D
    Vai com tudo :)

    NEW WISHLIST POST | THAT GOOD NEWS!
    InstagramFacebook Official PageMiguel Gouveia / Blog Pieces Of Me :D

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    1. Eu acompanhei essa tua fase no blogue e esses teus textos. Acho que são exemplo de testemunho de quem está a passar, ou passou, por isso. Sim, o aceitamento pessoal é algo que demora o seu tempo. É um processo árduo e complicado, mas, a certa altura da nossa vida, temos que o "percorrer". Obrigado pelo teu comentário e pelas tuas palavras!

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