Tendências na Área da Cosmética

O "mundo" dos produtos cosméticos está sempre em constante evolução e há sempre novas tendências. Hoje venho falar sobre elas.

Ontem, durante o Brunch Influence 2.0, fui um dos oradores das três mini-formações que eu e a Soraia preparámos para os participantes e o tema foi "Tendências na área da Cosmética". Hoje, venho deixar o registo escrito para que todos possam consultar e ter uma descrição mais detalhada do tema.

Quais as principais tendências?

MULTIFUNCIONALIDADE: aqui falamos de produtos "tudo-em-um" (mais ou menos, vá). Cada vez mais, vemos produtos com várias funções, seja o champô que também tem alguma ação condicionadora, seja um creme de limpeza que serve também de máscara, por exemplo. Acaba por tornar as rotinas mais minimalistas, reduzindo também o investimento do consumidor nos produtos cosméticos.

SKINIFICATION: da mesma forma que, para cuidados de pele, temos produtos bastante segmentados - creme de dia, creme de noite, sérum, creme para o contorno ocular, creme para o pescoço, entre outros - na área capilar, por exemplo, iremos verificar o mesmo. Desta forma, é de esperar que haja uma maior tipologia de produtos, de acordo com a necessidade. Iremos ver cada vez mais máscaras esfoliantes, máscaras "detox", produtos de pré-lavagem para o couro cabeludo e para o comprimento e pontas e não ficamos por aqui.

COSMÉTICOS WATERLESS: como o nome indica, falamos de cosméticos em que na sua formulação não consta água. Esta é um recurso natural que está a terminar e a tendência é poupá-la ao máximo. Vemos mais marcas a lançar champô sólido, máscara capilar sólida, sérum de comprimento e pontas, creme para o contorno ocular e não só. 

UPCYCLING: ainda no seguimento do ponto anterior, aqui temos como principal foco a sustentabilidade e evitar o desperdício. O Upcycling, no fundo, baseia-se na utilização de desperdícios de outras indústrias - alimentar, por exemplo - para investigação de novas moléculas ou como matéria-prima para produção de produtos cosméticos. Parece "estranho", mas, se pensarmos bem, existem produtos cosméticos, cujos "ingredientes principais" são extratos obtidos de alimentos e plantas.

SKIN CYCLING: esta não é novidade. Já falei dela aqui no blogue e também no instagram. Basicamente, é a realização de um ciclo de quatro noites, em que "trabalhamos" a pele durante dois dias e "damos descanso" à mesma nos dois dias seguintes e depois voltamos ao início. Nas duas primeiras noites, esfoliamos e utilizamos retinóides (um ativo em cada noite, por esta ordem) e, nas duas seguintes, reforçamos a barreira cutânea com ceramidas, ácido hialurónico ou glicerina, por exemplo.

O que está a ser investigado?

EIXO PELE-CÉREBRO: cada vez mais, parece haver uma relação direta com os cuidados de pele e o efeito que os mesmos possam ter no nosso bem-estar. Toda a gente se sente bem quando cuida de si - vai a um spa. uma massagem relaxante, cuidar das unhas ou ir ao cabeleireiro, por exemplo - e houve necessidade de tentar mensurar o efeito que estes cuidados possam ter, efetivamente, na melhoria do nosso bem-estar geral. O que é certo é que já há estudos publicados nesse sentido. Este ponto consegue ser a "ponte" para o que vou falar a seguir que é...

VITAMINA T: o T refere-se ao tato. Devido a recetores que temos na nossa pele e que parecem "ser ativados" durante os cuidados com a nossa pele. Tal como falei, há estudos a serem feitos neste sentido para mensurar a sua influência na melhoria do nosso bem-estar geral.

Que tipo de comunicação iremos ver?

POSITIVE BEAUTY: tal como o nome indica, beleza positiva, ou seja, aceitarmos o nosso corpo como ele é e, acima de tudo, nos sentirmos bem e "trabalharmos" nesse sentido, sem "respeitar" um padrão de beleza concreto. Se nos sentirmos bem com um corpo definido em termos musculares, tudo bem; se nos sentirmos bem com um aspeto "menos definido", tudo bem na mesma. O mais importante é a nossa saúde (física e mental, entenda-se).

INCLUSIVE BEAUTY: cada vez mais, a tendência é, tal como o nome indica mais uma vez, incluir "diferentes" pessoas nas comunicações de produtos. Para terem uma ideia. vamos nos lembrar do anúncio publicitário da Dove, em que utilizaram mulheres de diferentes etnias, raças e "tipos" de corpo. Isto é um exemplo de Inclusive Beauty.

GENDER NEUTRAL: aqui falamos de, na comunicação dos produtos cosméticos, os mesmos poderem ser utilizados por qualquer pessoa, independentemente do género - género neutro. Em boa verdade, já conseguimos ver padrões de consumo neste sentido. Todos nós temos uma pele e temos que a saber "ouvir" e "interpretar" e procurar produtos que respondam a essas necessidades. No entanto, nem tudo é assim linear.

Espero que tenham gostado de aprender um pouco mais e convido-vos a deixarem nos comentários qual a vossa opinião sobre estes temas ou qual a tendência que "concordam mais" ou aquela que mais vos surpreendeu. Posso adiantar-vos que a comunicação nesta área está a mudar e, para vocês terem uma ideia, a designação "anti-envelhecimento" já não é utilizada por algumas marcas, porque toda a gente sabe qual o contrário de envelhecer. Ao invés, fala-se de slow-ageing ou well-ageing.

Acham que alguma destas tendências "não faz sentido"?